domingo, julho 30, 2006

A cultura do ódio - parte dois

Eu também estive numa guerra, mas felizmente não vi nem pactuei com atrocidades vergonhosas como a que estamos assistindo e entrando pelas nossas casas dentro sem pedir licença. Sei que é outro tempo e outro tipo de guerra, mas a guerra é sempre uma guerra seja em que ponto se situe.
Se somos ex-combatentes de uma guerra que durou 13 anos e que infelizmente ainda se prolongou muito mais tempo essa guerra fratricida entre irmãos da mesma cor e solo pátrio.
Essa memória que o tempo não apagou devia-nos servir para em nome disso apelarmos ao bom senso e ao fim da guerra.
Dizer que quem quer a paz tem que fazer a guerra, já só faz sentido no espírito belicista dos americanos e seus afins, de forma a alimentar uma industria de guerra que não olha a nada e que tem que inventar sempre uma guerra, mas bem longe, para que não sofram os seus efeitos.
Não é educar as crianças desse modo, e nem um lado (árabes) nem o outro (judeus) estão isentos.
É a cultura do ódio, que deu título a este post, e eu como ex-militar e ex-membro de uma força de elite que combateu na guerra de África, recuso-me alinhar nem por um lado nem pelo outro, o meu lado é o dos inocentes civis, de ambos os lados. Das crianças, das mulheres e dos velhos, pois são esses sempre que pagam a factura mais alta.
A solução é tão simples: basta pôr em execução as inúmeras Resoluções da Assembleia e do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão palestino-israelense. Nunca foram colocadas em execução porque os Estados Unidos decidiram que a ONU não apita na região, quando o assunto envolve Israel. Lá a ONU só serve para dar cobertura a invasão de países árabes, como o Iraque.
Segundo O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, a autoridade e a razão de ser do Conselho de Segurança estão postas em causa. As pessoas perceberam o seu fracasso nesta crise, não conseguindo actuar rápida e eficazmente e tudo isto, acrescento eu, porque os americanos são do contra, esta guerra interessa-lhes.
NÃO Á GUERRA

6 comentários:

JM disse...

Só posso dizer que subscrevo completamente este texto, e acrescento: A guerra não é um fim em si. As guerras são a absolutização da política e, no caso vertente, já foi assumido pelo Bush, que um dos objectivos é reforçar a influência americana e dos seus aliados, no Médio Oriente.
Independentemente de quem tem ou não razão, uma questão se impõe às pessoas mentalmente sãs, que é expressar o seu NÃO À GUERRA!

Gwendolyn Thompson disse...

É verdade, são tantos os interesses, movidos pelos mais ilusórios e egoisticos motivos, os quais todos nós sabemos, e sabemos também com você bem falou que as soluções existem de fato, e dependendo apenas da vontade dos homens de poder, que não exercem seu "real poder". orgulho-me quando algém como você fala neste sentido, pelo menos sabemos que existem pessoas que lutam por mudar esta horrenda situação. Tem todo o meu apoio e admiração, Zé.

May

José Marques disse...

Obrigado João,
É bom que os ex-militares que também estiveram na guerra, seja os primeiros a levantar a voz contra estas atrocidades perpetuadas contra a humanidade.
Um abraço

Anónimo disse...

Totalmente d'acordo com teu texto Zé...nisto tudo quem sofre sao inocentes, quém esta por traz sao os estados unidos ...
penso que so com o dialogo pode haver Paz..
a guerra é um horror, é crual, é inadmissivel que ainda aconteça hoje , na nossa epoca..estes governos sao malucos ??? como podem aceitar ver morrer crianças, mulheres, pessoas inocentes com maluquices de algums ?
Achas que eles têem alguma " Memoria" ?
Nao consigo comprender como coisas dessas existem ...
queria acordar e ver que foi simplesmente "un cauchemard"..
bjos

Anónimo disse...

Como não se revoltar,indignar diante dessas crueldades,que nos são impostas diariamente,com imagens de barbaridade.!
.Ser humano sendo impedido de viver em plenitude.
Não consigo entender os pensamentos dos dirigentes(será que a alma ,e sentimentos ainda existem?).
Que nós possamos lutar sempre ,para o terminio de guerras em geral.
Ligia

Anónimo disse...

Sinceramente
Há dias que nem posso olhar a TV, tanto pedaço de carne espalhado pelas ruas, tanto sangue derramado, tanta dor............
Que mundo é este onde ninguem se entende....
Como se não bastasse a vida está cada vez mais cara...
Que coisa !!!!!
Jinho
Glória